segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Destrinchando Paginas - Punk Rock Jesus #1


Por Pablo Sarmento
                     
ALERTA DE SPOILERS

Eai pessoal...

Como tinha prometido há algumas semanas atrás estou aqui para fazer resenhas e me aprofundar em obras que estão saindo e que valem uma analise mais a fundo. Destrinchando paginas nada mais é que o nome mais legal que achei para essa coluna, pois assim poderemos ver uma boa obra além das paginas e o que ela está querendo mostrar. Então pessoal vamos a analise que o tempo é curto e o apocalipse se aproxima.

Partindo do pressuposto que vocês já leram a minha analise sobre Punk Rock Jesus e se não leram cliquem aqui e leia ela para melhor entender o que estou falando.



O numero 1 desse titulo tem muitas coisas para abordar: logo nas primeiras paginas vamos conhecer o pequeno Thomas Mckael que está prestes começar a jantar e antes disso estão rezando agradecendo ao bom Deus por seus alimentos. Neste momento o pai de Thomas vê movimentação na rua e a mãe dele pega uma metralhadora e seu pai esconde o garoto no armário com uma escopeta e diz para ele: “se alguém abrir a porta você atira”.

Acontece um tiroteio e seguindo as ordens do pai, Thomas atira quando tentam abrir a porta e por acidente acerta seu próprio pai. O homem está agonizando no chão e a casa virada num antro de mortes e a mãe do garoto também está morta, é quando um amigo da família entra na casa e tenta acalmar o menino e executa o homem para ele não sentir mais dor e pega o menino põe em cima da moto (que é uma herança de família) que estava na garagem e leva ele embora. Após essas paginas tu pode entender o que essa história está nos prometendo.



Somos transportados para 2019 e na pagina está estampada um telão com a propaganda do novo programa chamado J2, e após isso mostra a doutora Sarah Epstein, que é ganhadora do prêmio Nobel, dando uma entrevista naqueles talk show e explicando que foi contratada pela emissora de tv Ophis, vão fazer um reality show para dar vida ao um novo Jesus usando como base para o clone o santo sudário e com liberação da igreja católica. A Doutora fala: que conhecendo como eram as normas contra as clonagens humanas irão fazer a inseminação na garota escolhida em mares internacionais onde não tinham leis para intervir.

Milhares de mulheres estão fazendo fila para ser a nova Maria do reality show e a escolhida é Gwen uma garota que parece bem inocente e está muito entusiasmada com a ideia de ser mãe do Jesus 2.




Conhecemos o chefe do programa Slate, que apresenta a equipe para Gwen e revemos Thomas (mais velho e forte) que é o chefe de segurança da ilha J2 e chega botando banca de modo enérgico nos manifestantes que são contra a ideia da emissora de reviver Jesus.

A Doutora descobre sobre o passado de Thomas que o homem era um ex-oficial do IRA e que tinha feito atentados pelo mundo inteiro e pede para o Slate: afastamento do homem ou ela sairia programa, o diretor nega dizendo que se ela quisesse poderia ir embora, mas que toda sua pesquisa seria da emissora de TV e assim ela fica de mãos atadas.




O tempo tornou Thomas um homem durão e de poucas palavras e tem algumas conversas com ele que tentam libertar ele do seu silencio sepulcral como quando o seu auxiliar lhe dá um presente e diz: que ele deve facilitar sua vivencia com as outras pessoas e que deveria dar uma chance a Gwen, que era uma garota especial.

Vamos vendo o desenvolver dos nove meses de Gwen mostrando a garota tentando se isolar das discuções do certo e errado, do atéu e do cristão e tentando pensar em ser uma boa mãe.

Chega o grande momento o nascimento do Jesus que é transmitido em escala mundial e podemos notar a comoção da população do planeta com o garoto vindo a vida. Após o acontecido mostra a sala de parto onde Slate entra e pergunta se Gwen está sedada e pede para todas as enfeiras sairem da sala e ficam somente Dr. Epstein, o homem e a garota dormindo. Descobrimos que na verdade nasceram gêmeos e a outro bebê era uma menina e o diretor pega a criança e diz que vai leva-la para um abrigo e pede que  esse segredo deveria ficar somente entre a Sarah e ele.




Gwen está acordada e é a hora de nomear o bebê, que não terá o nome de Jesus, depois de uma conversa a garota resolve que seu filho se chamará Chris.

Vemos o diretor dirigindo com a recém-nascida ao seu lado durante uma chuva torrencial, ele para na ponte que e joga a criança da ponte e então avistamos outro carro a uma distancia considerável a Dr. Sarah observando a tentativa de assassinato do homem. Eu disse que esse final explodiria a cabeça de muita gente!




Leitores, com um final como esse, vocês acham que eu demorei quantos segundos para ir logo pro Punk Rock Jesus #2? Essa primeira edição trabalha bastante a religiosidade e a índole de todos os personagens e também nos apresenta de forma muito boa o que devemos esperar da obra, pois ela é brinca com essa linha tênue que existe entre a ciência e a religião, gosto de como Murphy trabalha essa abordagem.

Com certeza vamos ver alguns pontos aprofundados nas próximas edições, pois esta revista deixa muitas pontas soltas e quer exatamente incitar os leitores a irem a fóruns e dar o seu parecer sobre o titulo, pois religião, ciência, politica e o contexto social são coisas que podemos ver de varias formas no mesmo prisma. Quem está certo no fim dessa história? O homem que vive pelo dinheiro, a doutora que pensa em salvar o mundo, o cara que compensa seus erros com a fé, a garota inocente que acredita estar fazendo o melhor pro seu filho. Vamos descobrir quem está certo ou errado no fim da 6° edição de Punk Rock Jesus.

Como vocês devem ter lido no resumo, tem alguns nomes que são algum tipo de trocadilho: Epstein pode ser rapidamente interpretado por Einstein, Ophis é serpente em grego. Acho que Murphy gosta de brincar com essa ideia ou eu estou totalmente louco.

        Agora vocês devem estar se perguntando: Cadê o punk rock? Eu digo: a doutora usa camisa de bandas punks durante as edições, você não precisa ser um profundo conhecedor do estilo pra entender, acaba sendo um easter eggs muito maneiro.

      Então finalizo essa primeira analise e peço para vocês: opinem me diga o que tem achado dessa primeira coluna; o que devo melhorar; o que está bom e se eu preciso fazer um curso de designer gráfico. Conto com vocês.

Até a próxima e a constatação é: uma 45 na boca deve fazer muita gente se mijar.



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