quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Batman em cidade castigada ganha uma pitada de realidade.


Por Pablo Sarmento

Eai Pessoal...

Nem sempre as pessoas acertam em suas escolhas, e o que acontece quando você julga um livro pela capa e seu conteúdo se mostra uma coisa totalmente diferente do que você pensa. Acho que obra de hoje nos dá uma lição mais ou menos neste estilo, em Batman: Cidade Castigada, encontramos o homem morcego se deixando levar pelo seu coração e o que pode acontecer ao final dessa história?



Batman: Cidade Castigada, é um arco de histórias que vai de do numero 620 a 625, escrito por Brian Azzarello e desenhado por Eduardo Risso (quem não ouviu falar dessa dupla, escreva 100 balas no Google), foi lançado no Brasil pela Panini em formato encadernado com capa dura, um acabamento bem bonzinho e com um preço mega acessível.

Esse arco de histórias que aborda uma investigação do Batman, mas não uma  busca convencional do homem morcego (se é existe alguma). O herói está atrás do assassino de Elizabeth Luppo, procura o paradeiro do irmão da moça, Angel Lupo, e quem pode ter matado os pais de um garoto.  A narrativa é bem intrincada e lembra alguns romances policias onde sempre tudo vai se encaixando como um grande quebra cabeça.


O legal dessa história é exatamente a “humanização” que o escritor põe em todos os personagens, tentando os deixar o mais real possível, algo mais ou menos parecido com o que Nolan faz na trilogia dos filmes. Vamos ver Crocodilo como um tipo de cafetão, cheio de adornos, ternos caros e varias dentaduras diferentes (acredite varias mesmo).

Passamos por um Scarface que é um tipo de chefe da máfia e parece mais louco que normal. O escritor faz questão de trabalhar bem a dualidade desse personagem, mostrando Arnold querendo se livrar de seu alter ego.

O Pinguim está em uma das suas melhores caracterizações existentes. O descrevem como uma pessoa com deficiências que lhe deixaram monstruoso, e ele age como um homem que dá informações a quem paga melhor.

Vocês se enganam se Azzarelo iria esquecer o Coringa. Esse cara com certeza rouba a cena no momento que aparece na história, e o mais incrível ele ajuda o Batman a voltar a ter foco na sua investigação. Foram criados dois vilões novos (pelo menos nunca vi menções dele sem ser nessa história), Hiroshima e Nagazaki, que são um tipo estranho de ninjas, que só servem pro Batman apanhar e depois dar umas boas bordoadas.

O morcegão não está em nenhum momento para brincadeira neste arco, pois está muito violento e não pensa duas vezes antes de quebrar algum osso para poder ter a informação que precisa para solucionar seus mistérios. Outro ponto que gostei bastante foi à forma em que foi retratado o personagem, ele faz coisas mundanas, frita um bife, tem problemas para dormir, ele se vê no garoto que ficou órfão na história.

Os desenhos de Risso são um show a parte, gosto deles exatamente por eles retratarem uma Gothan City, suja, pecaminosa e urbana, não tentando amenizar nenhum um pouco, chegando a lembrar bastante quando Frank Miller estava a frente da revista. Posso dizer que esse artista tem um bom timing do personagem e sua narrativa casa muito bem com os roteiros.



Chego à conclusão: essa história certamente deveria a estar num hall bem seleto de boas histórias do homem morcego e merece uma boa apreciação, mas claro que dentro do contexto do trabalho da dupla que é único.

Se eu não me engano essa foi à primeira história do Batman que minha namorada leu, e por incrível que pareça, ela leu durante o evento Multiverso Comiccon, exatamente no painel da Vertigo. E quem passou por lá e não levou uma edição para o seu Eduardo Risso autografar, deu sopa, pois eu tenho uma edição autografada e não troco por nada.


Até a próxima.

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