Por Pablo Sarmento
Eai Pessoal...
Nem
sempre as pessoas acertam em suas escolhas, e o que acontece quando você julga
um livro pela capa e seu conteúdo se mostra uma coisa totalmente diferente do
que você pensa. Acho que obra de hoje nos dá uma lição mais ou menos neste
estilo, em Batman: Cidade Castigada, encontramos o homem morcego se deixando levar
pelo seu coração e o que pode acontecer ao final dessa história?
Batman:
Cidade Castigada, é um arco de histórias que vai de do numero 620 a 625, escrito
por Brian Azzarello e desenhado por Eduardo Risso (quem não ouviu falar dessa
dupla, escreva 100 balas no Google), foi lançado no Brasil pela Panini em formato
encadernado com capa dura, um acabamento bem bonzinho e com um preço mega acessível.
Esse
arco de histórias que aborda uma investigação do Batman, mas não uma busca convencional do homem morcego (se é existe alguma). O herói está atrás do
assassino de Elizabeth Luppo, procura o paradeiro do irmão da moça, Angel Lupo, e
quem pode ter matado os pais de um garoto.
A narrativa é bem intrincada e lembra alguns romances policias onde
sempre tudo vai se encaixando como um grande quebra cabeça.
O
legal dessa história é exatamente a “humanização” que o escritor põe em todos
os personagens, tentando os deixar o mais real possível, algo mais ou menos
parecido com o que Nolan faz na trilogia dos filmes. Vamos ver Crocodilo como
um tipo de cafetão, cheio de adornos, ternos caros e varias dentaduras diferentes
(acredite varias mesmo).
Passamos
por um Scarface que é um tipo de chefe da máfia e parece mais louco que normal.
O escritor faz questão de trabalhar bem a dualidade desse personagem, mostrando
Arnold querendo se livrar de seu alter ego.
O Pinguim
está em uma das suas melhores caracterizações existentes. O descrevem como uma
pessoa com deficiências que lhe deixaram monstruoso, e ele age como um homem
que dá informações a quem paga melhor.
Vocês
se enganam se Azzarelo iria esquecer o Coringa. Esse cara com certeza rouba a
cena no momento que aparece na história, e o mais incrível ele ajuda o Batman a
voltar a ter foco na sua investigação. Foram criados dois vilões novos (pelo
menos nunca vi menções dele sem ser nessa história), Hiroshima e Nagazaki, que são um tipo estranho de ninjas, que só servem pro Batman apanhar e depois dar umas boas bordoadas.
O
morcegão não está em nenhum momento para brincadeira neste arco, pois está
muito violento e não pensa duas vezes antes de quebrar algum osso para poder
ter a informação que precisa para solucionar seus mistérios. Outro ponto que
gostei bastante foi à forma em que foi retratado o personagem, ele faz coisas
mundanas, frita um bife, tem problemas para dormir, ele se vê no garoto que
ficou órfão na história.
Os
desenhos de Risso são um show a parte, gosto deles exatamente por eles
retratarem uma Gothan City, suja, pecaminosa e urbana, não tentando amenizar
nenhum um pouco, chegando a lembrar bastante quando Frank Miller estava a
frente da revista. Posso dizer que esse artista tem um bom timing do personagem
e sua narrativa casa muito bem com os roteiros.
Chego
à conclusão: essa história certamente deveria a estar num hall bem seleto de
boas histórias do homem morcego e merece uma boa apreciação, mas claro que
dentro do contexto do trabalho da dupla que é único.
Se
eu não me engano essa foi à primeira história do Batman que minha namorada leu,
e por incrível que pareça, ela leu durante o evento Multiverso Comiccon, exatamente no painel da Vertigo. E quem passou por lá e não levou uma edição para o seu
Eduardo Risso autografar, deu sopa, pois eu tenho uma edição autografada e não
troco por nada.
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