quinta-feira, 4 de julho de 2013

Fundo do Baú #5 Perdidos no universo de Matrix


[NOTA: Esse texto foi feito para um trabalho da faculdade e como gostei bastante dele, vou utilizar aqui. Espero que gostem]

Por Pablo Sarmento

Já imaginaram que tudo que a nós vivemos poderia ser uma mentira? Analisaram que todo cheiro, gosto e prazeres não passam de uma mera farsa criada para nos manter no cabresto? Agora devem estar pensando: Porra, o Pablo enlouqueceu de vez! Só que não é bem assim, já que depois que eu vi Matrix, minha forma de ver mundo mudou.


Os irmãos Wachowski em 1999 quebraram um paradigma cinematográfico trazendo novos tipos de efeitos especiais como diretores do filme, em uma trama que pode ser interpretada de várias formas e sem esquecer uma pancadaria no maior estilo filmes de kung fu dos anos 80. O filme Matrix conta com um cast de atores incríveis como, Laurence Fishburne (Apocalipse Now) e Carrie-Anne Moss (Amnésia) e também serviu para trazer das cinzas atores como Keanu Reeves (Advogado do Diabo), que não estava em uma fase muito boa.

Em uma breve sinopse, Neo (Keanu Reeves) é um hacker que usa sua inteligência para poder criar programas e quebrar chaves de decodificação para vender no mercado negro e assim “achar” que está mudando o mundo. O homem é encontrado por Trinity (Carrie-Anne Moss) que lhe diz que pode liberta-lo de toda duvida sobre o mundo que ele tem, e Morpheus (Laurence Fishburne) é mentor e faz a honrarias a porta de entrada ao “novo mundo”.


Tudo que Neo pensava ser real, na verdade não existe, ele não passa de um produto para manter um grande sistema mecanicista ativo. Na verdade toda a realidade que nós vivemos é um programa de computador para nós manter preso e trabalhando para máquinas que acabaram dominando o mundo. Isso tá bem difícil de entender, mas é assim mesmo o filme.

Morpheus e Trinity são parte de uma armada que está na realidade e que ajuda pessoas presas às plantações humanas a se libertarem. Eles também buscam um usuário lendário chamado o Escolhido, que vai poder brigar de frente com essas máquinas no futuro e salvar a humanidade. A Matrix tem programas antivírus, chamados Agentes, que caçam os renegados que estão libertos do poder da máquina e tentando salvar a humanidade.

A resistência pode ir e vir a qualquer hora para dentro do programa e quando se sabe que a Matrix não passa de um tipo de sonho, os usuários livres começam a desenvolver alguns poderes sobre-humanos, por causa de programas que inserem na mente deles, e neste momento vamos ter um dos pontos mais forte do filme que são; as cenas de lutas alucinantes e bem coreografadas.


Matrix trabalha com uma história de ficção científica que emula vários outros gêneros dentro do mesmo universo, já que temos muitas referências à cultura pop da época. Seja pelo forte apelo aos hackers, que usam sua arte para subverter o sistema ao que estão ligados e quebrar barreiras, a qual sociedade estagnada da época. Um elemento bastante interessante a se pensar, já que Neo não passa de um homem cheio de duvidas e que está tentando entender o porquê do mundo ser dessa forma e parecer que não vai para lugar nenhum.

No livro A Pílula Vermelhaorganizado por Glen Yeffeth, obra que compila diversos textos feitos a partir do filme. Na parte da religião o senhor Read Mercer Schuchardt fala que Neo é um tipo de Jesus e usa vários pontos para nos convencer que os irmãos Wachowski estavam querendo trabalhar a ideia messiânica, apoiando-se pelo aspecto judaico-cristão ou se embasando em passagens bíblicas. Bem, em alguns pontos posso dizer que está certo o raciocínio do autor, mas em contrapartida acho que tem mais em haver com a jornada do herói do que com esse pensamento bíblico que querem imprimir a nós.

Afirmo essa minha ideia baseada no próprio filme e outras literaturas já existentes, Neo me lembra de Aquiles, um homem que nasceu destinado ao heroísmo ou até mesmo Frodo Bolseiro, uma garoto que não esperava nada da vida e se vê como maior esperança do mundo. Em vários momentos durante o filme o personagem principal vai aprender seguir a jornada do herói: a escolha, a negação, aceitação e a redenção.

Em uma análise geral o filme, usa elementos ciberpunk dos anos 80 de Akira, trabalha teorias da obra Ghost in The Shell e além de ter uma pegada realidade paralela só vista na HQ Invisíveis, coisa que deu até briga dentro da própria Warner com o senhor Grant Morrison. Poderíamos falar um dia inteiro sobre o assunto, só que é mais legal tu ver o filme e tirar tuas próprias conclusões.


O ou A Matrix é um filme que tem um material muito rico para ser explorado, goste ou não, ele ainda é um marco em efeitos especiais e ditou moda, com seus sobretudos de couro, quero ressaltar que mesmo as continuações descambando para outro caminho e que acabem perdendo um pouco a essência. Essa obra ainda vai ser por muito tempo referência e também muito instigadora, ou seja, cumpre o papel a que tanto pretendia que era inovar.

Até a próxima


3 comentários:

  1. Cara, muito bom o texto, valeu a nota máxima hein hehehheh!!

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  2. Que MIERDA!! Agora fiquei com vontade de ler o tal "A Pílula Vermelha". Como fã do filme, gostei muito do texto. E se te deu nota máxima na faculdade foi justa!

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  3. e como muda...é engraçado que depois de assistir e reassistir,comecei a duvidar de qualquer fato que se noticie nesse mundo maluco.

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