sexta-feira, 1 de março de 2013

A repercussão da morte e da homossexualidade nos quadrinhos


Por Pablo Sarmento

Eai Pessoal...

Estou tentando juntar inspiração, há alguns dias, para falar de um tema que me deixa bem apreensivo, de difícil trato e que causa um alvoroço desgraçado na internet. Estou falando da morte e homossexualidade dentro da mídia HQs.

Eu entendo que de vez em quando precisamos sacudir o mercado e incentivar as pessoas a voltarem a comprar as revistas e transformar o mundo internetico numa coisa chata e que todos falam a mesma coisa. Minha pergunta: quando isso começa afetar de forma ruim as séries? Quando isso se torna gratuito?

Vocês podem estar achando meio louco um post dessa forma, mas acho que de qualquer forma precisava expressar quando algumas coisas que acabam se tornando gratuitas e essa batalha entre editoras pra ver quem dá a notícia explosiva. Acho que querem fatos, na mesma semana que a DC diz que vai matar um personagem importante, a Marvel apresenta um casal gay e um deles é o Wolverine. Claro que quem conhece e acompanha sabe que o homem de garras gay é de uma terra paralela e que Robin estava planejado pra morrer a muitos meses.



O que eu acho estranho é como é o recebimento das notícias de muitas pessoas, anunciaram Allan Scott (Lanterna Verde Original) iria ser gay no reboot e tipo os caras enlouqueceram e principalmente os brasileiros, a ponto de James Robinson cutucar o nosso povo e dizer que arranjaria um namorado brasileiro pro LV. Eu estou lendo Terra 2 que e o fato do Alan Scott ser homossexual não influencia nada na história. A Batwoman é outro titulo que a sua personagem principal é gay também e isso acaba deixando a personagem até mais charmosa (não é o que vocês estão pensando seus safadinhos). A Mística sempre foi uma personagem que se relacionou com ambos os sexos e nunca ninguém dá bola pra isso.

Sobre a morte dos personagens, os caras são mais mimizentos ainda. Tudo bem, eu entendo que todos tenhamos nossos ícones e que as pessoas devam gostar e respeitar o que clássicos representam.  O fato não é isso, o problema é os caras serem intocados ou até mesmo ficarem reclamando de um personagem que não morre ou de um que morre muito rápido. Quando Bendis disse que mataria Peter Parker no Ultiverso, os FDP que só sabem chorar ao invés de conhecer a nova proposta já saíram tocando trocentas pedras, mas  agora garanto 80% de satisfação com Miles Morales com o manto de Homem aranha. Normalmente são assim as pessoas, primeiro, criticam e depois tentam entender os fatos. Claro que há casos e casos e existem exceções, sempre precisamos ser incitados, queremos e devemos ficar entretido com está mídia.



Até aqui só falei a parte positiva desse assunto, mas onde está a parte ruim? Sempre existe alguma coisa ruim neste assunto, pois essa “exposição” a que as HQs recebem tem seu lado bom e ruim. O primeiro é que talvez pessoas que não tem conhecimento necessário acabam falando merdas ou misturando informações. Assim leigos (que já não gostam muito), acabam vendo o as revistas em quadrinho como algo totalmente errado e criando mais preconceito,
com os pais falando: “meu filho/filha não vai ler uma história em que o personagem principal é gay. Isso é desrespeitoso”. Claro que tem pessoas assim, em vários fóruns eu li e reli caras que compram HQs há anos perguntando uns aos outros se eles deixariam os filhos deles comprarem uma revista que poderia influenciar a sexualidade dele. Isso é hipocrisia pura.



O fato é como as corporações estão trabalhando essas coisas, ao invés de tentar buscar novas formas de contar história e usar outras ferramentas para entreter o publico, eles preferem uma manchete sobre algo bem cabuloso pra causar alvoroço e um monte de gente falando merda. Se continuar nesse ritmo as coisas daqui uns anos teremos um reboot por mês ou um anúncio de homossexualidade e morte diariamente. Estamos em outra fase de transição e precisamos ter paciência com as pessoas que estão trabalhando agora. Uso como exemplo o próprio reebot da DC que demorou cerca de 1 ano e meio pra botar a casa em ordem.

Só queria deixar claro, que nós leitores de HQs, muitas vezes nós tornamos mais preconceituosos que as pessoas de fora da mídia. E temos o grande problema de querer primeiro criticar e depois analisar se aquilo foi necessário ou não.


Então o que posso dizer é: deixem o Wolverine ser gay é mais um personagem para as pessoas se identificarem (afinal esse é um dos objetivos das HQs). Deixe o Robin ir pro beleleu e parem de reclamar que já tem hora pra voltar e que foi um descaso o que o Morrison fez, afinal, vocês sempre vão comprar a história que for bem contada. Garanto pra muita gente aqui que já tivemos explicações bem babacas pra retornos de personagens e vocês estão toda santa semana comprando suas revistas. No fim das contas a gente precisa de coisas grandiosas, bem trabalhadas e que não tornem as coisas gratuitas demais para não acabar se transformando em clichê.



Até a próxima

2 comentários:

  1. Li seu post e sinceramente,essa de homo sexualismo virou moda,na minha opinião é uma falta de moral e bons costumes,não tenho nada contra quem é,afinal cada um come do que gosta.
    Sou totalmente contra o incentivo,à atos dessa natureza.
    Afinal tem tem gente que não come fezes no escuro,porque sente o fedor.
    Problemas no PC,acesse http://alienxpredador.blogspot.com.br/ tem tudo que você precisa para sair do sufoco : Abraços

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  2. Bom dia Pablo, gostaria de saber se tem como eu adicionar o som de palmas no meu comentário. Mas como não sei, por favor as imagine. Não entendo exatamente porque o fato do Wolverine e o Lanterna serem gays incomoda tanta gente - ainda mais na Marvel, com o Wolverine, quero dizer, não é como se ele fosse o primeiro personagem gay de lá, Fugitivos ta aí com uma lésbica e um metamorfo que se transforma em qualquer espécie de qualquer sexo, e ele mesmo diz, "Ah, não tem problema, isso a gente resolve" (será que os alienígenas são menos preconceituosos que a gente? Deve ser isso).
    O mais irônico é que, o tipo de fã que diz não aceito o wolverine gay, é o mesmo que escreveria em letras garrafais "IGUALDADE PARA OS MUTANTES" por aí. Quanto a morte, os personagens de quadrinho morrem e revivem o tempo todo(se não na mesma série, em outra). Ainda não li o novo homem aranha (ênfase no ainda) mas li a morte de Peter Parker. Bom, todo mundo sabia que um dia ele morreria, e, sabendo disso, achei que o fim dele foi totalmente respeitoso - ele morreu protegendo quem ele amava, sendo um grande herói e fiel aos ideais que ele aprendeu com Ben. Não nego que fiquei triste. Nos apegamos a personagens, mas não era algo que eu não sabia que poderia ( e iria) acontecer.
    Parabéns pelo texto,
    Fernanda Menezes: magainst.blogspot.com

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