Por Pablo Sarmento
Eai Pessoal...
Estou tentando juntar
inspiração, há alguns dias, para falar de um tema que me deixa bem apreensivo,
de difícil trato e que causa um alvoroço desgraçado na internet. Estou falando
da morte e homossexualidade dentro da mídia HQs.
Eu entendo que de vez em
quando precisamos sacudir o mercado e incentivar as pessoas a voltarem a
comprar as revistas e transformar o mundo internetico numa coisa chata e que
todos falam a mesma coisa. Minha pergunta: quando isso começa afetar de forma
ruim as séries? Quando isso se torna gratuito?
Vocês podem estar achando
meio louco um post dessa forma, mas acho que de qualquer forma precisava
expressar quando algumas coisas que acabam se tornando gratuitas e essa batalha entre
editoras pra ver quem dá a notícia explosiva. Acho que querem fatos, na
mesma semana que a DC diz que vai matar um personagem importante, a Marvel
apresenta um casal gay e um deles é o Wolverine. Claro que quem conhece e
acompanha sabe que o homem de garras gay é de uma terra paralela e que Robin estava
planejado pra morrer a muitos meses.

O que eu acho estranho é
como é o recebimento das notícias de muitas pessoas, anunciaram Allan Scott
(Lanterna Verde Original) iria ser gay no reboot e tipo os caras enlouqueceram
e principalmente os brasileiros, a ponto de James Robinson cutucar o nosso povo
e dizer que arranjaria um namorado brasileiro pro LV. Eu estou lendo Terra 2
que e o fato do Alan Scott ser homossexual não influencia nada na história. A
Batwoman é outro titulo que a sua personagem principal é gay também e isso acaba
deixando a personagem até mais charmosa (não é o que vocês estão pensando seus
safadinhos). A Mística sempre foi uma personagem que se relacionou com ambos os
sexos e nunca ninguém dá bola pra isso.
Sobre a morte dos personagens, os caras são mais
mimizentos ainda. Tudo bem, eu entendo que todos tenhamos nossos ícones e que
as pessoas devam gostar e respeitar o que clássicos representam. O fato não é isso, o problema é
os caras serem intocados ou até mesmo ficarem reclamando de um personagem que
não morre ou de um que morre muito rápido. Quando Bendis disse que mataria
Peter Parker no Ultiverso, os FDP que só sabem chorar ao invés de conhecer a
nova proposta já saíram tocando trocentas pedras, mas
agora garanto 80% de satisfação com Miles Morales com o manto de Homem
aranha. Normalmente são assim as pessoas, primeiro, criticam e depois tentam
entender os fatos. Claro que há casos e casos e existem exceções, sempre
precisamos ser incitados, queremos e devemos ficar entretido com está mídia.

Até aqui só falei a parte
positiva desse assunto, mas onde está a parte ruim? Sempre existe alguma coisa
ruim neste assunto, pois essa “exposição” a que as HQs recebem tem seu lado bom
e ruim. O primeiro é que talvez pessoas que não tem conhecimento necessário
acabam falando merdas ou misturando informações. Assim leigos (que já não
gostam muito), acabam vendo o as revistas em quadrinho como algo totalmente
errado e criando mais preconceito,
com os pais falando: “meu
filho/filha não vai ler uma história em que o personagem principal é gay. Isso
é desrespeitoso”. Claro que tem pessoas assim, em vários fóruns eu li e reli
caras que compram HQs há anos perguntando uns aos outros se eles deixariam os
filhos deles comprarem uma revista que poderia influenciar a sexualidade dele.
Isso é hipocrisia pura.
O fato é como as corporações
estão trabalhando essas coisas, ao invés de tentar buscar novas formas de
contar história e usar outras ferramentas para entreter o publico, eles
preferem uma manchete sobre algo bem cabuloso pra causar alvoroço e um monte de
gente falando merda. Se continuar nesse ritmo as coisas daqui uns anos teremos
um reboot por mês ou um anúncio de homossexualidade e morte diariamente.
Estamos em outra fase de transição e precisamos ter paciência com as pessoas
que estão trabalhando agora. Uso como exemplo o próprio reebot da DC que
demorou cerca de 1 ano e meio pra botar a casa em ordem.
Só queria deixar claro, que
nós leitores de HQs, muitas vezes nós tornamos mais preconceituosos que as
pessoas de fora da mídia. E temos o grande problema de querer primeiro criticar
e depois analisar se aquilo foi necessário ou não.
Então o que posso dizer é:
deixem o Wolverine ser gay é mais um personagem para as pessoas se
identificarem (afinal esse é um dos objetivos das HQs). Deixe o Robin ir pro
beleleu e parem de reclamar que já tem hora pra voltar e que foi um descaso o que
o Morrison fez, afinal, vocês sempre vão comprar a história que for bem contada.
Garanto pra muita gente aqui que já tivemos explicações bem babacas pra
retornos de personagens e vocês estão toda santa semana comprando suas
revistas. No fim das contas a gente precisa de coisas grandiosas, bem
trabalhadas e que não tornem as coisas gratuitas demais para não acabar se
transformando em clichê.
Até a próxima