E aí pessoal...Imaginem-se num mundo em que as pessoas se relacionam por
meio de ciborgues, que a substituem em todos os afazeres do dia-a-dia seja no
trabalho, em uma festa, numa reunião de amigos e estou dizendo qualquer coisa
mesmo. No filme Substitutos você vai encontrar exatamente isso e também ao fim
dele terá inúmeros questionamentos sobre sua vida a frente do computador e seus
avatares.
O filme é inspirado na HQ de Robert Venditi e Brett Weldele,
no seu cast de atores conta com Bruce
Willis (Duro de Matar e Sexto Sentido) e a direção fica por conta de Jonathan
Mostow (Exterminador do futuro 3). Este filme de ficção cientifica não chega a
ser uma maestria, mas também não deixa a peteca cair já que passa muito bem sua
mensagem. A história acontece em 2054, num planeta terra quase utópico, pois a
criminalidade foi reduzida a quase 1% e as pessoas não saem mais de casa graças
à ferramenta chamada substituto, que são robôs hiper-realistas e servem como um
avatar das pessoas. O problema é quando acontece o assassinato de um dos
usuários dos Substitutos, causando muitas dúvidas no detetive Greer (Bruce
Willis), que investiga o caso que acaba tendo que abandonar o seu substituto
para desvendar os assassinatos.
A obra tem suas partes boas e ruins, posso dizer o que
me deixou bastante desgostoso foram às incoerências de roteiro como, por
exemplo, dizerem que aquele foi o primeiro assassinato que aconteceu em anos e
nunca teria acontecido de um substituto ter sido destruído e com isso seu
usuário também acabar morrendo. Entendo que isso é uma obra de ficção, mas
vários outros filmes como “Tron”, e livros como “Jogador n°1”, dizem que quando
seu cérebro está conectado a outro corpo que partilha das mesmas sensações, o
cérebro do usuário vai reconhecer sua morte caso o dispositivo seja destruído. Por outro lado, gostei bastante do
questionamento sobre como a vida através de dispositivos sociais deixaria as
relações mais frias, como abordam as cenas de discussões cheias de ideias
libertárias e da mudança da relação entre detetive Greer e sua esposa Maggie
(Rosamund Pike).
As atuações dos atores não são ruins
e no fim, tirando esses erros de roteiro, o filme é divertido e muito bem feito,
porém não podemos compará-lo com ícones do estilo como “Blade Runner”. Não tem
efeitos cinematográficos extraordinários, e também não precisa, já que o
pensamento dele é deixar aquela mensagem de: saia da frente do seu computador e
busque relações verdadeiras, porque mesmo você podendo ser quem você quiser na
frente de uma tela, em algum momento você vai ter que enfrentar a realidade e
ela pode ser muito violenta se você não estiver preparado para ela. O filme tem
aquela crítica de dizer “aprenda a usar a ferramenta e não se torne parte dela”.
Posso dizer além do que foi citado no texto, que por mais que a utopia seja um objetivo da humanidade, ela não passa apenas de uma grande luz no fim do túnel que será, sempre, extremamente difícil de ser alcançada. Afinal de contas somos criaturas dúbias e nos mais diversos backgrounds em um planeta, com bilhões de pessoas, não existe o bem para todo mundo. Devemos apreender a trabalhar as individualidades e tentarmos ao máximo deixar de lado os avatares e as epopeias que nunca participamos e nos concentrarmos em apreendermos a sermos humanos, que tem problemas diários, vida atribulada onde nem sempre podemos ser um astro ou um grande herói. Não devemos desistir do lutar pelo nosso lugar ao sol, mas quanto mais sinceros com si próprios nós formos, melhor a vida será.